quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Viva a República Rio Grandense!

- Camaradas! Gritemos pela primeira vez: Viva a República Rio Grandense! Viva a Independência!

Assim gritou Antonio de Souza Neto, o General Neto! Um dos mais brilhantes personagens do Decênio heróico Gaúcho. Já era 11 de setembro de 1836, quase por completar um ano da tomada de Porto Alegre pelos Farroupilhas comandados por Bento Gonçalves.
O General Neto inspirou e ainda inspira lendas e histórias diversas no imaginário gaúcho! Homem do cavalo, criador e exímio cavaleiro, audaz, e insurgente durante toda sua vida! Homem de extrema coragem, pelejou junto aos seus comandados, com a mesma bravura que impunha aos seus “Lanceiros”. Um líder nato, compreendia como ninguém, seus soldados pois circulavam entre eles com a mesma empatia que circulava entre os demais oficiais líderes da Revolução!
Agora estamos nós, praticamente 170 anos depois da Revolução, comemorando os “Heróicos feitos Gaúchos”. Tomados de orgulho, e não haveria por que ser diferente. Adentramos as mais importantes avenidas, nas mais diversas cidades deste Estado! Bem montados, cavalos gordos e encilhados a capricho, do couro ao ouro, arreios de Patrão!
Lenços, predominantemente vermelhos, a cor da Revolução! A melhor bombacha (embora este traje não seja típico do gaúcho no período da Revolução). Botas de couro, laço nos tentos, faca a cinta! Que entono e que garbo carregamos! Quem de nós não se sente, ao menos neste dia, um General Farroupilha?
Pois bem “Camaradas”, este “brio” é que nos faz diferentes! Nem mais, nem menos que ninguém, apenas diferentes!
Misturas de sangue e pelo! Moldados no barro dos mangueirões de pedra ou forjados a ferro e fogo! Origem portuguesa e espanhola somada aos índios e negros. Brigas de posse dos dois lados! Ora gaúchos, ora “gauchos”! Falando um dialeto único, a quem chamamos “português”, mas repleto de expressões idiomáticas oriundas do espanhol. Estes somos nós!
Com certeza muitos já se perguntaram: onde estarão estes gaúchos de antanho? Haverá outro Souza Neto? Quem sabe um Corte Real ou Marcílio Dias? Bueno Camaradas, respeitando-se as devidas proporções, estes somos nós nos dias de hoje!
Talvez menos valentes, afinal, as armas, diversas vezes são muito bem substituídas pelas palavras e pelas ações pacíficas!
Estas ações de que falo, são nosso modo de pensar e agir perante tudo que nos é apresentado! Novos escândalos políticos em todas as instâncias diariamente, desrespeito com o próximo (nós mesmos), e conseqüentemente, desrespeito com as nossas origens, nossas tradições e costumes!
Há quem diga que o Tradicionalismo “está na moda”. E isto me preocupa! Quando alguém, que neste momento não me recordo o nome disse, “Canta a tua aldeia, e serás universal!” disse uma enorme verdade! Somos em cada centro cultural, em cada piquete, em cada agremiação, uma pequena aldeia, que se soma a diversas outras, dando forma, corpo e sentidos ao Movimento Tradicionalista, não o Movimento como entidade sócio-cultural, mas como movimento de um grupo de indivíduos com anseios afins.
Aproveitemos este momento para refletir sobre os rumos que estamos dando ao tradicionalismo, ou ao “gauchismo” como alguns preferem dizer! Esqueçam, ao menos neste momento, as ferrenhas disputas por troféus um até mesmo por “plata”.
Pois bem “Camaradas” – pensemos agora, antes que seja tarde, sobre o que estamos construindo pelo nosso movimento, pela nossa história, e pelo nosso patrimônio cultural!
Sem radicalismos ou extremismos, pois estes são tão maléficos ao movimento, quanto o seu oposto, mas com conhecimento, com pesquisas sérias, com a valorização daqueles que tanto lutaram e ainda lutam (às vezes em silêncio), por um Movimento mais aguerrido, mais sólido, e mais leal a dimensão da História Gaúcha!



Henrique Noronha
Médico Veterinário
henriquenoronha@pop.com.br

Apoio: Pampa Produtos Veterinários Ltda.

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL DA QUERÊNCIA, QUARTA EDIÇÃO. SETEMBRO/2009.

3 comentários:

Anônimo disse...

Mui guapo, são os gaúchos aderindo aos novos tempos, tempo em que ja não se empurra, divisas, alambrados e fronteiras, nos encontro dos cavalos, más sim nos bate papos virtuais, o Rio Grande foi feito a casco de cavalo e assim meio desconfiado e caborteiro hoje vou fazendo esta nova lida com as tar de web,mas não dispenso a minha solingem que esta sempre ao alcance da mão pois se esta máquina inventa de se bolha eu parto ela pelo meio.
Adão Campeiro

Anônimo disse...

Até hoje ainda não entendi porque o dia do gaúcho é o 20 de setembro? sabe me dizer o que aconteceu na história ou estória neste dia a não ser a fuga do governador da provincia de Porto Alegre? depois de tentar sem sucesso arregimentar homens no paiol de polvora (hoje usina do gazometro)e não tendo exito se mandou a-la-cria para o porto de Rio Grande e Rio de Janeiro?
porque o dia do Gaúcho não é o 11 de setembro (proclamação da República Rio Grandense) ou ainda o dia 19 de setembro quando o Cabo Rocha na ponte da azenha deu a primeira tunda e botou a portuguesada e seu império a correr?quem souber me responda!
Adão Campeiro

Henrique dos Reis Noronha disse...

Bueno Adão! Está dúvida eu tb tenho! A única justificativa (que não acho válida) é que consideraram a "Tomada de Porto Alegre" finalizada dia 20 de setembro, como um dos fatos de maior importância, embora, eu considere o cerco montado já no dia 19, ou a "junção" feita na Casa do GOmes Jardim, em Guaíba, como o verdadeiro "start" do Decênio Heróico Farrapo!